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Davi Teixeira
Sócio Diretor SIA | Coordenador Alianza del Pastizal – Brasil | Consultor SEBRAE-RS / Programa JPC
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Não é “o Pampa que sonhei para o futuro”. Porque este já não volta mais. Tenho que construir um novo sonho debruçado sobre uma nova realidade. E não estou aqui para julgar erros e acertos. Apenas para construir um novo horizonte, ainda passível de implementação efetiva. O nosso bioma Pampa, que um dia já foi uma grande manta de campo natural contornada de cênicos bordados de matas igualmente nativas, hoje se apresenta como um grande mosaico ora bonito, ora nem tanto, de lavouras, pastos cultivados e remanescentes vegetacionais originais.
A paisagem e a matriz de uso da terra se modificam, e com elas a dinâmica dos modelos de produção, com reflexo direto no mercado e no resultado potencial e real das operações. Estamos falando, sobretudo, de carne bovina, soja e arroz. Num rápido apanhado, podemos perceber algumas mudanças e seus impactos:
São os fatos. Não é o Pampa que sonhei um dia, encilhando de madrugada com meu avô para repontar os bois sanfona e as vacas amadas. Este é o novo Pampa Gaúcho, e é sobre este novo mosaico que precisamos nos debruçar e trabalhar por ambientes de produção sustentáveis ecológica e economicamente. Ao mesmo tempo. Isso é possível? Como?
SIM!!! Isso é bem possível através da aplicação prática e efetiva do conhecimento já disponível – em nível científico, técnico e tecnológico – para o desenvolvimento de sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA). Isso significa, em outras palavras: a conservação do remanescente de vegetação natural (campos e matas) e sua biodiversidade; a verticalização sustentável da produtividade e rentabilidade das áreas agricultadas com sistemas de integração lavoura-pecuária de verdade; a melhoria global da fertilidade do solo através:
Além de tudo isso, vamos experimentar o grande trunfo que o “mundo dos SIPA” nos oferece, no fim das contas: produzir MAIS com MENOS. Ou seja, deixar de trabalhar apenas para (tentar) pagar as contas, e sim passar a experimentar o LUCRO.
Paisagem com ordenamento territorial de produção e conservação, sistemas integrados de produção com planejamento espaço-temporal de uso do solo, rebanhos com plano forrageiro global e específico por categoria animal, gestão técnica e financeira integrada entre pecuária e agricultura. Arroz em modelo tecnológico que não revolve mais o solo e compartilha o espaço, soja que faz rotação com pastos de verão e não apenas sucessão com azevém. Agricultura com maturidade suficiente para entender que existem caminhos viáveis de reduzir o uso de químicos sem prejuízo da produtividade e com aumento do lucro. Bioma conservado com campos melhorados e pecuária eficiente.
Não sei se é sonhar demais, mas esse é O PAMPA QUE EU QUERO PARA O FUTURO. E sei que é possível, por isso me atrevo a sonhar e me empenho para que se torne realidade o quanto antes. O Programa Juntos para Competir (Sebrae/Senar/Farsul) será uma mola propulsora dessa transformação no RS. Anotem aí. Eu acredito.
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