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Ana Carolina Cittolin
Gerência Setorial do Agronegócio
A bovinocultura do leite é uma das atividades mais beneficiadas pelo PISA (Programa de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários) no Rio Grande do Sul. A metodologia, desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, tem sido trabalhada junto a produtores pelo Programa Juntos para Competir, parceria entre FARSUL, SENAR-RS E SEBRAE RS. O resultado é uma produção mais rentável e sustentável, explorando o que cada propriedade rural tem de melhor. Baseada nos quatro pilares de sustentabilidade estabelecidos pela FAO (organização das nações unidas para alimentação e agricultura), sustentabilidade ambiental, resiliência econômica, boa governança e bem-estar social, o PISA transforma a vida das famílias produtoras de leite no RS.
“A pecuária de leite gaúcha tem copiado, técnicas vindas dos Estados Unidos e Europa, que é baseado na alimentação no cocho, enquanto estamos em uma área subtropical, onde é possível ter pasto verde e de qualidade o ano inteiro”, explica Marília Lopes, consultora técnica do Sebrae RS. Marília conta que no projeto PISA o produtor aprende a trabalhar as pastagens da mesma forma que trabalha as lavouras, sabendo quais são as épocas certas para plantio, de adubação e qual a altura de entrada e saída do pasto, o que reduz o custo da alimentação bovina e do trabalho diário.
Desde 2011, os projetos PISA já atenderam mais de 875 propriedades bovinoculturas produtoras de leite. O projeto tem entre quatro anos de duração, com alta intensidade de consultorias técnicas, além de outras ações baseadas nos pilares de sustentabilidade que guiam o projeto. O programa visa trabalhar de forma customizada cada propriedade, de acordo com as características, necessidades e objetivos do produtor.
Um exemplo do sucesso do Projeto está na propriedade de Irno Hendges, do município de Travesseiro. Antes no projeto PISA, o produtor possuía 12 vacas em lactação que produziam 120 litros de leite por dia. Ao final do projeto sua produção passou para uma média de 500 litros ao dia, com 26 vacas em lactação.
“Eu posso dizer que, dos 20 produtores que participaram [do projeto na cidade], o mais satisfeito sou eu. O projeto ultrapassou os limites do que eu achava que seria. Eu brinco falando que antes eu controlava a vaca, e agora eu aprendi a manejar o pasto”, comemora o produtor.
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