Agrocooperação: a união que traz melhorias

Túlio Josué Pinheiro dos Santos

Coordenador Estadual de Franquias e Redes Cooperação do SEBRAE RS

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Nas palavras da especialista Lilian Cervo Cabrera, doutora em Agronegócios pela UFRGS, mestra em Extensão Rural, jornalista e engenheira agrônoma pela UFSM, a palavra “cooperação” significa literalmente “colaborar, ajudar” e pode ser definida como toda ação conjunta para atingir um objetivo comum. No agronegócio, diferentes tipos de redes são formados com o intuito de cooperar em prol de benefícios mútuos. Em todos eles, os agentes cooperam para o desenvolvimento de vantagens econômicas e estratégicas.

Em suas pesquisas, Lilian identificou diversos formatos de redes de cooperação no agronegócio, como, por exemplo, cooperativas, consórcios, associações, alianças, parcerias, joint-ventures, clusters e incubadoras de empresas, entre outros. Esses arranjos se diferem conceitualmente quanto à formalidade das relações, à localização geográfica dos participantes e à relação entre participantes e seus fornecedores ou entre empresas e seus concorrentes.

Como há diferentes tipos de redes, e muitas podem ser informais, Lilian afirma que é difícil mensurar quantas há no Brasil. Mas se falarmos em cooperativas, é mais fácil encontrar números, visto que estas são um segmento de rede de cooperação bastante difundido no País, e seu diferencial é o formalismo, pois contam com uma estrutura de controle organizada e são regulamentadas pela Constituição Federal, pelo Novo Código Civil e pela Lei do Cooperativismo. Segundo o Sindicato e Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs), no Brasil há atualmente 6,7 mil cooperativas, sendo que 6,2% da população brasileira é associada a alguma e 24,9% da população é ligada ao movimento cooperativista. No Rio Grande do Sul, um dos berços do cooperativismo brasileiro, existem mais de 400 cooperativas, e 24,8% da população está associada a alguma delas (CLIQUE AQUI para saber mais).

Ela também cita números do IBGE, que indicam que 48% de tudo que é produzido no campo brasileiro passa, de alguma forma, por uma cooperativa. E, de acordo com a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Rio Grande do Sul, o papel do cooperativismo no Estado é maior do que no restante do País. Lilian cita como exemplo a produção de milho, cuja venda para cooperativas está em segundo lugar, superada somente pelo consumo interno à propriedade. Em relação à soja, ela cita que cerca de 65% da produção é direcionada às cooperativas, assim como o trigo. No arroz, cerca de 30% são direcionados às cooperativas para comercialização.

Seja dentro do formalismo da legislação, seja em organizações informais de cooperação, tais redes permitem às empresas e aos produtores rurais comercializar suas produções conseguindo bons compradores e melhores preços para os seus produtos, lembra a pesquisadora. Com o ganho de escala, os participantes dessas redes conseguem fazer grandes negócios, inclusive exportações. E muitas redes mantêm equipes técnicas para dar assistência aos produtores rurais e às empresas, além de oferecerem serviços como o beneficiamento e a embalagem dos produtos, agregando valor ao produto final.

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