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Rodrigo Ferneda
Mestre em Economia pela Unisinos e Pesquisador em Inovação e Aglomerados Produtivos Locais
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A participação dos atores institucionais (entidades públicas e privadas, entidades de classe, institutos de pesquisa e consultorias) na dinâmica dos negócios de uma empresa é fundamental na mobilização e na formalização do desenvolvimento de negócios em nível nacional, regional e setorial. Na investigação realizada por meio de uma dissertação de mestrado em Economia, pela Unisinos, buscou-se compreender as tecnologias da indústria 4.0 nas firmas do agronegócio gaúcho, analisando o papel dos atores institucionais no processo de adoção. A seguir, alguns insights do estudo.
O papel das instituições frente à “Quarta Revolução Industrial” ou à “Nova Onda Tecnológica” assume importância fundamental no contexto econômico, por meio do desenvolvimento de máquinas, equipamentos e protótipos adequados às necessidades das firmas, que irão impactar nos processos e negócios empresariais. Isso gerará oportunidades de trabalho de alto nível intelectual, caracterizando como aspecto principal o nível cognitivo, seguido da capacidade técnica.
Nesse sentido, o auxílio de políticas públicas consiste em fomentar o patenteamento das tecnologias, viabilizando um modelo de desenvolvimento com menos burocracia e com maior proteção para a empresa, para as firmas antes da porteira, impulsionando a tecnologias para as propriedades rurais. Já para o pós-porteira, possibilita a customização dos produtos, maior volume de vendas e preço acessível ao consumidor final.
Em relação ao contexto social, consiste na qualificação de novos profissionais e requalificação da mão de obra já existente. Esse cenário faz com que o intercâmbio de informações seja pertinente e favorável para a troca de informações e ganhos de competitividade. Desse modo, o Estado tem a função de auxiliar na identificação de oportunidades, estreitando a relação Universidade-Empresa, por meio do desenvolvimento de soluções estratégicas, sejam elas de forma isolada, em conjunta ou em cooperação.
Outro viés é a análise do comportamento das novas profissões, para atender à demanda 4.0 em termos de eficiência e produtividade. O efeito desse contexto impacta de forma positiva as firmas antes da porteira. Porém, nos demais elos da cadeia, há limitações devido às barreiras na educação básica e superior. Identifica-se que a informação e o conhecimento são fundamentais para o envolvimento da cadeia do agronegócio frente às novas tecnologias.
No contexto ambiental, busca-se a preservação dos recursos naturais ecossistêmicos, com foco na redução de desperdícios, customização de matéria-prima, produção em maior quantidade e em menor espaço. Destaca-se o papel institucional, como orientação técnica, cursos profissionalizantes, para dentro da porteira, estimulando, assim, a disseminação da informação, a formação para a adaptação a uma nova cultura e outros esforços, que posteriormente visam o aumento da produtividade.
No pós-porteira, esse cenário precisa ter um fluxo de produção estruturado, caso contrário impactará em gargalos de produção. Em paralelo, o contexto tende a integrar a sustentabilidade financeira das firmas e toda a cadeia produtiva.
Assim, compreende-se que as instituições investigadas são fundamentais nesse processo de adoção de tecnologias 4.0, o que oportunizará uma modificação da intensidade tecnológica das firmas, bem como o aumento da competitividade do setor, frente à substituição das exportações de commodities por produtos de alto valor agregado.
Destaca-se, ainda, que as instituições abordadas mencionam a necessidade de atuar em conjunto com as firmas, resultando em esforços concretos, por meio da cooperação, parceria público-privado, institucionalização de processos inovadores, gestão estratégica e reposicionamento das atividades setoriais. O grande desafio institucional é preparar e desenvolver ações que viabilizem e recuperem a confiança do empresariado, para que as tecnologias em estudo apresentem impactos positivos e promovam o desenvolvimento e crescimento de toda a cadeia produtiva do agronegócio.
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