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Priscila Trindade Sant'Anna
Gestora de Políticas Públicas Sebrae RS
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Nós nos preocupamos muito em levar as melhores metodologias e tecnologias para a sala de aula para melhorar o ensino dos alunos. As escolas querem, a todo custo, agradar as crianças, entreter os jovens, satisfazer os pais, assim como alavancar os indicadores de aprendizagem e ter o maior número de estudantes que passaram no vestibular. Todas essas preocupações são plausíveis, mas… e o professor? Sabemos que ele é peça fundamental para o atingimento de todos esses objetivos, apesar de não haver o devido reconhecimento da importância do magistério para avançarmos em uma educação de qualidade.
Como manter o corpo docente motivado, se desenvolvendo, aprendendo, empreendendo e aplicando novas ferramentas em sala de aula? E como esse professor conduz a construção da jornada de cada aluno, que é tão única? Quais incentivos de carreira devem ser oferecidos? Ou ainda, como incentivamos que se formem novos educadores para que o ciclo se mantenha vivo? O papel do educador está sendo revisado, visto que é esperado dele que seja promovido um ensino personalizado, com a educação baseada em competências e o desenvolvimento de aspectos socioemocionais do aluno, como determina o Ministério da Educação, o MEC.
As regras mudaram, mas, de novo, deve haver uma maior preocupação em incluir nos programas de formação docente o devido preparo para essas novas demandas, ou mesmo uma mudança no formato da sala de aula (turmas grandes, espaço fechado, quadro, mesa e cadeiras). O aluno mudou, e essa necessidade de mudança também é válida para os docentes. Há regras claras sobre o que o aluno precisa aprender, mas não há referenciais claros sobre o que os professores devem saber ensinar, sobre o que ele deveria ter aprendido em sua formação inicial ou como acréscimo em sua formação continuada.
A realidade do ambiente é, muitas vezes, de alunos desinteressados e entediados com a escola. O aprendizado que ocorre por memorização e repetição não é mais válido, e deve ser substituído por algo mais profundo, autêntico e que garanta sua permanência. Ele deve ser útil e relevante para o aluno, aplicável na sua rotina de vida. A formação de docentes deve também prepará-los para o uso de metodologias ativas e técnicas de problematização que relacionem os conteúdos às realidades de cada um, para que façam sentido e gerem motivação em aprender. O treinamento adequado de professores passa pelo conhecimento sobre como os alunos aprendem e pela prática em sala de aula, considerando os relacionamentos e o desenvolvimento socioemocional desses jovens, e são tão importantes quanto as teorias dos conteúdos a serem ensinados.
E os professores precisam ter em sua formação acadêmica experiências reais em sala de aula, assistindo outros mestres como parte de seu processo e sendo empreendedores de suas próprias trajetórias. É preciso dar a eles uma boa liderança, boas condições de trabalho, materiais para trabalhar e acesso à tecnologia, pois isso vai ajudá-los a ensinar melhor, e eles se sentirão valorizados.
O desenvolvimento dos educadores é um desafio, pois se trata de um aprendizado que envolve mudança de prática profissional e pode demorar a acontecer. No Brasil, a formação continuada é um direito assegurado ao educador, mas a sua qualidade muitas vezes fica aquém da necessidade de desenvolvimento e atualização esperados para realizar tantas mudanças na escola. Ainda temos poucos professores que se destacam em sua forma de lecionar e que realmente fiquem marcados na jornada do aluno durante a vida escolar, ou seja, temos poucos professores com comportamento empreendedor que, além das preocupações normais do lecionar, buscam soluções para melhorar a área em que atuam e oferecer uma nova experiência de aprendizado. Basicamente, são professores com boas ideias e espírito empreendedor.
Estudiosos afirmam que o professor, em um horizonte próximo, será substituído por robôs “inteligentes o suficiente para personalizar os planos de aula para cada criança, de acordo com as necessidades individuais”, segundo Thomas Frey, futurista norte-americano. O ensino a distância ou os MOOCs (Massive Open Online Courses, plataformas de cursos abertos) podem ensinar qualquer conteúdo, a qualquer hora, e sem precisar de espaço físico. Isso economizaria muitos recursos e colocaria em xeque todo o sistema educacional, já em decadência. Nesse contexto, qual o diferencial de um professor diante de um robô ou de um curso a distância, que mistura áudio, vídeo, perguntas, interatividade virtual e outros elementos que favorecem o aprendizado do que é ensinado? Resposta: a humanidade.
A crítica aos cursos on-line é que eles reproduzem uma lógica que queremos quebrar: o padrão do ensino passivo, onde o estudante fica calado ouvindo um especialista despejar o conteúdo em que ele é soberano, robotizando o que já existe. Não à toa, a taxa média de conclusão de cursos online é de apenas 4%. Afinal, “o sistema atual é composto por um professor que ministra, 30 crianças que devem ouvir caladas o que ele diz e não podem interagir entre elas, o que é uma experiência fundamentalmente desumanizadora”, segundo Sal Khan, da Khan Academy, ONG que visa fornecer educação de qualidade e gratuita a todos.
O futuro, portanto, não é uma escolha entre humano e máquina; ambos coexistirão em harmonia. Temos o desafio de tornar o professor alguém além de um simples transmissor de conhecimento, e transformá-lo em um líder com uma atuação sistêmica, capaz de entender o aluno em sua individualidade e ter, ao mesmo tempo, visão do todo. Devem existir algumas habilidades e conhecimentos básicos para todos os professores. “Eles devem saber liderar uma discussão, conseguir engajar os alunos em uma conversa que avance e gerenciar uma sala de aula”, segundo Susan. Um bom professor não é mais aquele que domina o conteúdo de sua disciplina. Ele deve ter carisma, empatia, entender o ciclo de aprendizado de cada aluno, motivar, ajudar e inspirar. E isso dificilmente será feito por um robô.
O educador deve desenvolver, no estudante, competências, habilidades e atitudes que acompanhem a evolução das demandas do mercado de trabalho do futuro. Há uma importância crescente de habilidades cognitivas, como resolução de problemas complexos, originalidade e fluência de ideias, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford, Person e Fundação Nesta, que visa oferecer subsídios para pensar em um modelo para a reforma educacional necessária para a era digital. E, entre as oportunidades criadas por essa nova era, uma se destaca: a de ajudar educadores a melhorar os resultados de aprendizagem para mais estudantes, de maneira mais personalizada.
No plano de carreira dos professores, o desenvolvimento profissional deve estar focado no currículo dos alunos, sem estar desvinculado. Investir no educador e ter um resultado exponencial em diversas crianças e jovens, ano após ano, que receberão uma educação de qualidade, sensível e personalizada. O professor é o principal agente de transformação para melhorarmos a qualidade da educação. Ele é o empreendedor que queremos para mudar esse contexto, tornando-o atrativo e formando alunos empoderados e com as competências para se tornarem os agentes de mudança de que o nosso país precisa.
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