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Maria Zeli Stelmack Rodrigues
Sócia da e-Saberes Consultoria e Educação
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Sempre me chamou atenção o chamado conflito de gerações não pelo conflito em si, mas pelo fato de ser tratado como algo possível de ser evitado nas relações humanas. Quando eu estava entrando na faixa de jovem adulta a tecnologia mais avançada era o fax e a correspondência por e-mail era muito incipiente. O casamento era somente entre homens e mulheres, divórcio podia traumatizar filhos e conhecer outros lugares era apenas viajando – e para poucos este privilégio e estabilidade no emprego eram sonhos de todos que ingressavam no mercado de trabalho.
Hoje a surpresa é para os casais que permanecem juntos mais de cinco anos, o celular e a internet são as ferramentas que interligam o mundo todo em tempo real e o processo de globalização nos faz conhecer outras culturas e outros jeitos de viver apenas estando na frente de uma tela – e vivemos o século da incerteza.
Como duas pessoas que chegaram em momentos diferentes no planeta não terão visão de mundo diferentes? Impossível e necessário. O processo de evolução humana só foi possível graças à sucessão de gerações, no entanto não começamos tudo novamente em função do intercâmbio intergeracional e da herança que as inúmeras gerações nos vão deixando na construção do processo civilizatório.
Mas se o conflito é inevitável – e veja que conflito não significa guerra, e sim diferentes formas, jeitos de lidar com a realidade –, nos parece que o enfrentamento do conflito de gerações se dá através de atitudes que minimizem e possibilitem a convivência de forma colaborativa, inclusive no mundo organizacional. Importante nesta convivência é uma atitude de humildade de aceitar que quem chega tem o gosto pelo risco, pela inovação e valores diferentes dos nossos e que pode nos ensinar muito. Uma postura de aprendiz não tem idade cronológica, mas sim vontade de enxergar o mundo com outras lentes, portanto, a tão famosa frase “No meu tempo…” não deve ser repetida como mantra. Nosso tempo é o hoje e estamos para contribuir na construção de uma sociedade que tem muito a fazer para os que ainda virão depois de nós.
Segundo o psicanalista Erikson (1976), os adolescentes e jovens adultos não constituem sua identidade imitando outras pessoas como modelo, mas sim modificando e sintetizando identificações anteriores. Rejeitar tudo o que vem dos nossos pais ou do mundo que construíram faz parte da construção dessa identidade, portanto, deve ser vista como um processo normal no ciclo de desenvolvimento humano.
O adolescente e o jovem adulto têm a missão não só de contestar, mas de ousar, de transformar, de trazer novas perguntas e respostas. É através deles que vemos o futuro. Seguramente às vezes nos causam estranhamento e desconforto, e desqualificamos as qualidades desses jovens porque assim nos sentimos mais seguros no mundo e não nos deparamos com nossa finitude.
As características de inovação e criatividade que estão presentes nas gerações que chegam são excelentes recursos para utilizarmos em áreas de nossas empresas que se encontram estagnadas e necessitando de uma revitalização. A geração Z é íntima da tecnologia e busca novas formas de produzir e comercializar.
No entanto, os especialistas tendem a apontar que a geração Z e as que seguirão trazem uma preocupação maior com o sentido do trabalho e que o mesmo possa ajudar as pessoas a viverem melhor. É esta geração que vem para discutir o trabalho não como fonte de sacrifício ou como valor monetário, mas como parte de suas vidas. E aqui vale a reflexão de quanto os líderes e gestores têm discutido o sentido maior do trabalho e das atividades, esta é uma tendência mundial que temos demorado muito a perceber e inserir a produção num contexto mais social e não somente econômico.
Desenvolver líderes com capacidade de diálogo, menos apego a regras e para serem influência moral ajuda a lidar com o desafio de uma geração que dá pouca importância à hierarquia, que busca reconhecimento e feedback a cada resultado e cuja atividade pode ser desenvolvida em home office.
Creio que compor uma equipe com várias gerações não somente ajuda no equilíbrio da tomada de decisão, mas faz a empresa ter um aprendizado rico alternando papéis de liderança entre as gerações e que o processo de aprendizagem aconteça através de projetos que mesclem pelo menos duas gerações.
O importante é entender que as diferenças de comportamento e atitudes de natureza geracional presentes no contexto de trabalho suscitam o enfrentamento de desafios para repensar novos modelos de gestão e diferentes formas de organização do trabalho, capazes de alinhar os interesses das pessoas envolvidas com os de diferentes públicos atendidos, tais como funcionários, clientes, fornecedores.
Minhas reflexões vão no sentido de que um dos aspectos da sabedoria consiste em saber viver o papel de coadjuvante que em algum momento a vida nos reserva e generosamente dando a cena principal a quem chega com outros valores e visões.
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