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Uma nova era para a carne de cordeiro

atualizado em: 27/06/18
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Redação

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Fazenda Alto da Figueira, de Encruzilhada do Sul, é destaque em gestão empresarial nos processos, busca de inovação e visão de futuro para o negócio

A carne de cordeiro é uma das proteínas mais valorizadas em gastronomias de diferentes culturas. Seu consumo, no entanto, não costuma ser corriqueiro tal como ocorre com cortes bovinos, de aves ou peixes. Essas duas afirmações são parte de um raciocínio que levou o produtor rural André Camozzatto, da fazenda Alto da Figueira, em Encruzilhada do Sul, a se tornar uma referência nacional na defesa da ovinocultura. Mais do que isso. Com planejamento e visão empreendedora, seu projeto cresce com segurança, eficiência, inovação e pode indicar um caminho para uma nova fronteira de riquezas do agronegócio. 

Na propriedade da família, o rebanho ovino é parte da história. Herdadas do avô, as terras estão sob a gestão de Camozzatto mais fortemente desde 2013, quando ele decidiu encarar um desafio: mudar a lógica do negócio com ovinos. “Se no passado o valor estava na lã, esse ciclo adormeceu e perdeu espaço no Brasil. Trabalhar com a carne passou a ser um projeto prioritário”, reconhece. E é dessa visão que nasceu todo um projeto baseado, então, nos cordeiros. “Para entendimento rápido, compare com a lógica que rege o mercado de bovinos. Para obter boa carne, são os bois que precisam ser tratados, bem-nutridos, vacinados, etc. As vacas se destinam ao leite”, exemplifica.

Uma nova era para a carne de cordeiro

Como engenheiro civil de formação, o produtor então passou a planilhar custos, insumos, variáveis de tempo, mão-de-obra, etc. “Eu tive a oportunidade de conhecer criações em outros países e aprender também sobre ciclos de gestação dos animais, questões de segurança sanitária, cortes, valores e mercados de consumo”, comenta. Desde 2013, Camozzatto concentra energia em aumentar a escala da produção. Conseguiu ter sucesso de 100% na chamada taxa de desmame (que antes não chegava a 60%). “Isso significa que tínhamos perdas de cordeiros por morte por falta de assistência no pós-parto. Em 2018, o rebanho está em 227 cordeiros e a meta é chegar em 2021 com 500 cordeiros”, detalha ele.

Entre as inovações que lhe garantem o papel de referência brasileira na criação desses animais, está a estruturação de um galpão com equipamentos e tudo o que for necessário para ajudar os recém-nascidos a sobreviverem. “É preciso cuidar desses filhotes nas primeiras horas de vida. A nutrição é o que faz a diferença. Não por acaso, já registramos cerca de 300 pessoas que nos visitam para conhecer e trocar ideias sobre a eficiência nessa etapa da criação. É justamente ela que garante o aumento do rebanho e o plano de ter escala para venda tal como o mercado está demandando”, ensina, relatando que só ele e um funcionário trabalham com o rebanho.

Parceiros que apoiam o crescimento

Na rotina da Alto da Figueira também está a aproximação a projetos de consultoria, como algumas ações do programa Juntos para Competir (Farsul, Senar-RS e Sebrae RS). Além disso, a gestão da produção de cordeiros não se descuida de questões como planejamento financeiro, pesquisa, abertura de portas para as universidades e, sobretudo, um olho em mercado. “Conquistamos vendas no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo. Já posso projetar que tudo o que eu produzir consigo vender, pois há demanda e a carne de cordeiro é a única proteína animal que o Brasil importa por falta de opção nacional”, empolga-se.

Conforme o coordenador estadual de pecuária de corte do Sebrae RS, Roberto Grecellé, o caso de sucesso desse produtor rural é uma transformação de cenário para toda uma história da ovinocultura no Rio Grande do Sul. “Ao visitarmos as instalações da fazenda e ouvirmos o que Camozzatto tem a apresentar conseguimos ampliar a visão e vislumbrar um potencial de crescimento para outros produtores também”, avalia. “A ovinocultura passa por uma etapa de transformação, em que, por necessidade e oportunidade, cada vez mais produtores aplicam a lógica gerencial e tocam essa tradicional atividade produtiva como um negócio, que tem seus desafios, mas que se bem conduzidos tem grandes vantagens competitivas e possibilidades de sucesso”, finaliza Grecellé.

Para conhecer mais sobre as ideias do produtor André Camozzatto e os resultados da Fazenda Alto da Figueira, veja o perfil no Facebook: @pensandocordeiros.

 

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