Melhorando a eficiência produtiva

Andrei Carletto

Coordenador Estadual do Moveleiro do SEBRAE RS

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As empresas possuem particularidades e diferentes formas de gerir o processo produtivo. Entretanto, muitas vezes isso não garante que ela vá produzir mais e melhor, o que leva as organizações a perderem parte dos seus insumos durante a produção e muito dinheiro com estes desperdícios.

Trazendo ao mundo dos pequenos negócios, um correto mapeamento de fluxo de valor dos processos fabris associado a alterações na disposição do maquinário pode trazer benefícios, como a otimização no fluxo das peças, além de eliminar possíveis subutilizações de recursos tais como mão de obra e máquinas. Outro fator fundamental para melhoria nos processos produtivos é ter uma padronização no sistema construtivo dos móveis, criando uma identidade própria para seus produtos.

A marcenaria deixa de ser produtiva ao desenvolver e executar cada projeto de forma diferente, delegando a responsabilidade ao marceneiro para produzir de forma artesanal. Por mais que as dimensões dos produtos, as cores, os acabamentos, os materiais possam variar de projeto a projeto, a forma de construção e fixação deve ser padronizada. Isso fará com que a empresa garanta padrões de qualidade, desempenho e segurança, além de agilizar o processo produtivo, pois o “pensar” já foi resolvido, sendo necessária apenas a execução do processo.

Para empresas mais estruturadas, o aumento produtivo pode vir através da automação. Em relação à indústria de móveis, especialmente, os robôs podem contribuir significativamente, possibilitando que se entregue mais em menos tempo, além de serem elementos muito importantes no que diz respeito aos desafios da produção, como a dificuldade em lidar com a demanda cada vez mais diversificada, ou seja, peças clássicas, retrô ou contemporâneas que explorem cores e formatos diferentes. Dessa forma, aumenta-se a capacidade produtiva e de customização da indústria moveleira.

A robotização pode ser encarada como uma solução para a utilização de menos insumos, possibilitando a diminuição do desperdício e extraindo o máximo das matérias-primas. Além disso, o sistema totalmente automatizado permite o cruzamento de informações, conectando diferentes setores que vão desde o pedido de compra até a distribuição do produto, sem que as pessoas precisem tomar determinadas decisões a todo o momento, fazendo do profissional mais um supervisor de toda cadeia produtiva do que um executor propriamente dito.

Cabe ressaltar, também, a aplicação das fábricas inteligentes no mercado de móveis, no que se refere à modularidade, já que elas são flexíveis e facilmente adaptáveis às demandas do mercado, por meio de módulos individuais.

Como principais dificuldades a serem superadas pelas empresas, estão: modernização do chão de fábrica e a capacidade de integração dos sistemas produtivos e administrativos, além da dificuldade de garantir a eficiência dos processos e de trabalhar a gestão da qualidade, desde o planejamento das operações até a disponibilização e o monitoramento em tempo real dos procedimentos realizados, sendo esses otimizados em um ambiente de rede integrada.

Também se percebe, em certa medida, a falta do desenvolvimento de uma cultura organizacional com foco nas pessoas, preparando-as para trabalhar na era digital, principalmente com o tratamento e o compartilhamento de informações interligadas na cadeia produtiva, o que melhora a tomada de decisões entre os envolvidos e permite a adaptabilidade dos processos e produtos com foco no mercado.

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