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Roberto Grecellé
Coordenador estadual de pecuária de corte do SEBRAE RS.
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A de menino está 28 (R$/kg), a de Ideal está 21 e a de Corriedale, 10”. Assim responde um importante comprador de lã do Estado do Rio Grande do Sul, no findar do mês de outubro, ao ser perguntado sobre o preço da lã bruta que está sendo pago ao produtor.
Não diferente de outras matérias-primas, a lã obedece à lógica do mercado, em um vai e vem das tendências mundiais sinalizadas pela indústria e pelo mercado consumidor.
Isso significa que a lã ovina venceu a batalha com os fios sintéticos? Na verdade, o que houve foi uma solidificação das posições ocupadas pelo fio natural. Recordemos; até os anos 80 a lã figurava soberanamente como a principal fibra têxtil de origem animal. Já no início dos anos 90, como uma alternativa sintética surgem os fios de nylon e outros polímeros químicos artificiais, compostos estes com grande competitividade econômica e produtiva mundo afora. Esse fenômeno culminou com uma grande retração do rebanho mundial de ovinos e consequente desvalorização da lã natural.
Hoje, passados 30 anos do surgimento imperioso dos fios sintéticos, a lã consegue se reposicionar, tomando para si o espaço que seu por excelência: o mercado da qualidade. Da mesma forma, o espaço do fio sintético segue com seu espaço consolidado. O que ocorreu foi um direcionamento mercadológico, onde cada tipo de produto – sintético ou natural – percorre os caminhos e oportunidades de cada tipo de indústria. Tem espaço para ambos.
Sempre na lógica de primeiro olhar o mercado e depois estruturar o sistema produtivo, é possível dizer que o que acontece hoje com mercado da lã é pautado pelo que acontece nas prateleiras do mundo, onde cada vez mais a riqueza dos detalhes, a personificação, as possibilidades da customização e o link com o artesanato e com os produtos de alto valor agregado, representam o grande potencial para esse mercado.
Nessa lógica cabe ao ovinocultor profissional ficar 100% antenado nessas mudanças e em todas as oportunidades que estão surgindo. Afinal, o primeiro elo da cadeia é aquele que garante na base a qualidade do produto lã.
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