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Roberto Grecellé
Coordenador estadual de pecuária de corte do SEBRAE RS.
Comum no mercado de carne bovina, selos de qualidade começam a se tornar populares na produção de ovinos. A estratégia ajuda a educar o consumidor em relação ao padrão que ele encontrará à venda. Ao mesmo tempo, faz com que os produtores sigam métodos mais claros de criação para garantir a qualidade.
No Rio Grande do Sul, programas como Cordeiro Gaúcho, Herval Premium e Selo de Qualidade Corriedale Gaúcho são bons exemplos. No Paraná, outro centro produtor de carne ovina, se destaca o Castrolanda. Para o Gerente Regional da Campanha e Fronteira Oeste do SEBRAE RS, Ângelo Aguinaga, o estabelecimento das certificações é uma boa estratégia de marketing quando deixa claro para o cliente que ele vai encontrar sempre as mesmas características do produto nas gôndolas dos supermercados.
– Hoje nós compramos uma carne e não sabemos o que estará dentro pacote. Cada lugar vende algo diferente. Estabelecer esse padrão torna possível competir com países que são potências na produção de carne ovina, fazendo com que se olhe o produto nacional com mais credibilidade – explica
De acordo com Aguinaga, boa parte da carne ovina consumida no Brasil é importada, sendo grande parte dela do Uruguai. A Nova Zelândia é outro país que tem produção o ano inteiro e domina o mercado mundial. Ele lembra que, apesar do aumento da demanda, no Brasil houve uma diminuição dos rebanhos.
– Já tivemos 12 milhões de cabeças e hoje estamos próximos de 4 milhões. É preciso fazer um trabalho de reestruturação do rebanho. Estados das regiões Norte e Nordeste e Santa Catarina já começaram esse movimento – pontua.
A mudança do cenário passa pela garantia de mais infraestrutura e por incorporar técnicas de outras áreas. O manejo do solo entre pecuária e agricultura ainda é pouco utilizado, mas pode ser aplicada ao setor ovino, já que é praticamente a mesma usada para o bovino. Também é muito comum a atuação de frigoríficos irregulares ou o abate informal na propriedade, um problema para a valorização da cadeia. Para Aguinaga, é necessário que se invista na fiscalização e em políticas públicas, mas que também se estimule o desenvolvimento de uma indústria mais forte para dar conta da demanda.
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