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Andre Bordignon
Gerência Setorial do Agronegócio
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O Rio Grande do Sul responde por 90% das uvas utilizadas para processamento no Brasil, sendo que a vitivinultura é dominada pelos micro e pequenos empreendimentos, que representam 90% das empresas do segmento tanto na elaboração de vinhos quanto na de sucos. Único Estado que possui o Cadastro Vitícola e Vinícola, que monitora a produção de uva e de vinho e a comercialização dos derivados da uva, o RS elabora 85% dos vinhos brasileiros e 95% dos sucos de uva, segundo informações oficiais do Governo Federal (Mapa e Conab).
Dentro desse quadro, de acordo com dados fornecidos pelo diretor técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, o Cadastro demonstra que em 2017 foram colhidos 753,5 milhões de kg de uvas no RS, sendo:
As viníferas são utilizadas para a produção de vinhos tranquilos, enquanto as americanas e híbridas são utilizadas para vinho de mesa e sucos.
Quanto ao destino das uvas para processamento:
Com relação à produção:
O grande movimento do setor está ligado à produção de suco. De acordo com Bottega, na última década se observou uma forte migração da utilização das uvas de mesa para a elaboração desse produto, impulsionada pela demanda crescente, em especial o suco 100% pronto para beber, que apresenta um crescimento médio anual de 25,2% desde 2012. Em 2017, a categoria registrou alta de 15,91% frente ao ano anterior. Para ele, isso se deve à preferência do sabor uva pelo consumidor brasileiro, à busca por produtos com apelo à saúde e também em parte devido à baixa concorrência com produtos importados.
Mas não só: no caso dos vinhos finos, também se observou a implantação de novos parreirais orientados por variedades de maior apelo comercial e a destinação de uvas brancas e até de algumas tintas para a elaboração de espumantes em vez de vinhos tranquilos, em função do reconhecimento da qualidade e da maior competitividade do produto brasileiro nessa categoria.
Outro ponto de destaque está nos espumantes brasileiros, que também tradicionalmente apresentam bom desempenho comercial em função do reconhecimento da qualidade do produto e da relação custo-benefício na concorrência com os importados. No ano passado, a categoria cresceu 3,22%, mas o segmento de espumantes moscatéis, de paladar adocicado, ampliou as vendas em 22,75%. Na análise de Bottega, esse produto é considerado a porta de entrada do mundo do vinho, por ser “fácil” de beber e de seu custo mais acessível.
A partir desses resultados positivos, o Ibravin vem trabalhando para tornar a vitivinicultura brasileira cada vez mais competitiva, buscando colocar em prática o Programa de Modernização da Vitivinicultura (Modervitis), que possibilitará maior acesso à tecnologia; apoiando o fomento à Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater); e promovendo o Programa Alimentos Seguros (PAS) – Uva Para Processamento.
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