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Francisco Tostes Mottin
Diretor FTM Sistemas
A vida pessoal e o ambiente de negócios estão cada vez mais permeados pelas tecnologias da informação e comunicação. Vivemos um ciclo transitório entre o uso de processos administrativos e operacionais convencionalmente manuais para o uso ostensivo de tecnologia e da robotização nas operações e administração dos negócios. No segmento de food service isto não é diferente.
Da tecnologia da informação, utilizada inicialmente nos sistemas de gestão empresarial (ERPs) e automação comercial (PDV/PAF) baseados em bancos de dados, passando pelos sistemas de troca eletrônica de dados (EDI) de transações fiscais, promovido pela NFe, pelos sistemas de e-commerce para vendas on-line ou aplicativos, comandas eletrônicas para garçons com possibilidades de autopagamento, gestão de relacionamento e fidelização (CRM), os cardápios digitais (como Goomer, VocêQPed, etc…) já utilizados ostensivamente no ambiente dos restaurantes, a tecnologia esta em todas as áreas da administração e operação.
A boa notícia é que hoje muitas destas tecnologias, que até poucos anos eram tratadas como ficção científica, estão hoje à disposição do pequeno empresário, e com custos acessíveis. Recursos tecnológicos que podem fazer a diferença entre prosperar ou perecer no cenário competitivo. Além dos já consagrados aplicativos e serviços dedicados de vendas on-line (como Ifood, Spoonrocket, PedidosJa, etc…), os empresários podem dispor de seus próprios aplicativos ou e-commerce no seu site, com a proporcional redução de valores por transação, também com funções de autoatendimento e pagamento embarcados em totens para o conforto e conveniência dos clientes.
Sistemas já acessíveis de “Inteligência de Negócios” (BI) que demonstram, historicamente e em tempo real, o desempenho de cada unidade de um ou de uma rede de estabelecimentos, com a apresentação de indicadores de controle e auditoria da saúde das organizações.
O recebimento de documentos fiscais NFe e o processamento destes com a entrada de materiais em estoques, atualização de seus custos e contas a pagar de forma automática, viabilizando para as PMEs os controles informatizado de estoques, custos e finanças e a obtenção de seus demonstrativos periódicos de resultados (DRE).
A adequação tecnológica dos principais sistemas ERP e PDV/PAF do mercado de Food Service vem permitindo a integração de todas estas novas tecnologias aos processos já sedimentados historicamente dentro das organizações, evitando traumas de uma eventual necessidade de troca de sistemas. Daí se observa a consolidação de alguns fornecedores tradicionais no mercado de software e serviços, que tendo construído “plugins” amigáveis para integração com todas estas tecnologias, e contando com carteiras e bases de clientes expressivas, são preteridos nos esforços de integração de todos estes novos produtores e fornecedores de tecnologias especialistas acessórias, o que consequentemente aumentou muito o portfólio de soluções tecnológicas eficientes e integradas disponíveis ao mercado.
Toda esta mudança e ganho de produtividade e qualidade administrativa e operacional vem sendo possível a partir da inclusão digital de todos os agentes envolvidos na cadeia de negócios. Colaboradores, fornecedores e clientes estão naturalmente, no dia a dia, se qualificando e capacitando a promover a mudança dos paradigmas necessários a esta transformação.
No entanto para que este processo se torne efetivamente crescente, fluido e contínuo dentro de uma organização, as pessoas devem manter em perspectiva a necessidade de qualificação nos processos administrativos e operacionais e não somente nas tecnologias que os disponibilizam e simplificam.
Continuaremos precisando de pessoas que entendam a cadeia de processos do setor, que tenham capacidade de implementar, auditar e criticar a qualidade da informação. Como diria um de meus mestres, Sr. Chico “- Isto não se compra em farmácia.” É necessário fomentar o desenvolvimento permanentemente do conhecimento teórico das boas práticas administrativas e operacionais. Tal qual um ótimo chef, precisaremos sempre de administradores de materiais, finanças e tributos, frente de caixa e atendimento para promover o uso racional das tecnologias disponíveis hoje e as que estão por vir.
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