Novos paradigmas

Microapartamentos e seus desafios no setor

atualizado em: 30/08/18

Andrei Carletto

Coordenador Estadual do Moveleiro do SEBRAE RS

A falta de espaço pode e deve ser compensada com a disposição de móveis funcionais e aconchegantes

Menos é mais. Quantas vezes você já ouviu esta frase?

O arquiteto Mies Van der Rohe, autor da frase, é considerado o mestre do minimalismo e pioneiro da arquitetura moderna, tendo ajudado a criar um estilo característico do século 20, com simplicidade, espaços abertos e sem obstáculos.

Seu conceito continua atual na arquitetura do século 21, quando analisamos o processo de urbanização das grandes cidades, onde a oferta por terrenos está ficando escassa e os imóveis estão supervalorizados pela temida especulação imobiliária. Aliado a este cenário, o número de pessoas que compõem uma família está diminuindo, casais sem filhos ou com no máximo dois, idosos e solteiros morando sozinhos, alterando a necessidade de grandes espaços.

As construtoras passam a construir unidades menores, reduzindo despesas com as obras e maximizando os lucros. Em São Paulo os apartamentos diminuíram 28% nos últimos cinco anos. O tamanho médio de um apartamento passou de 127 m² para 81 m² em dez anos. E isso se repete em diversas outras cidades do País.

Microapartamentos e seus desafios no setor

Entretanto, um apartamento com metragem menor do que estávamos acostumados não implica, necessariamente, em menos conforto. A falta de espaço pode e deve ser compensada com a disposição de móveis funcionais e aconchegantes. Mais práticos e acessíveis, os chamados microapartamentos exigem pouca manutenção e são adaptados ao modo de vida contemporâneo. É preciso se adaptar, repensar o estilo de vida, não é uma coisa para todo mundo, a vivência deixa de ser dentro do lar e passa a ser na área pública e em áreas compartilhadas pelos condôminos, como cozinha e lavanderia.

Microapartamentos são comuns em megacidades tais como Tóquio, Nova Iorque e Londres, e estão chegando no Brasil. Em São Paulo a Construtora Vitacon lançou apartamentos de 10 m² a 33 m², com a proposta voltada a quem não quer ser escravo do relógio, do trânsito ou da rotina.

As pessoas estão se adaptando a esses novos espaços, porém, sem renunciar ao conforto e praticidade. Profissionais ligados ao setor moveleiro como fabricantes de móveis, varejistas e profissionais criativos devem estar atentos a essa tendência, para se conectar com esse cliente e propor soluções adequadas de mobiliário, otimizando o uso do espaço como principal aspecto da funcionalidade.

Existem grandes oportunidades para quem deseja atuar neste cenário, porém, exige preparo e alto grau de personalização, desde o projeto até a execução.

E então, sua empresa está preparada para esses novos desafios?

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