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Carne ovina é oportunidade de negócio para 2020

atualizado em: 16/03/20
Lidiane de Lima Soldatti Schneider

Lidiane de Lima Soldatti Schneider

Gestora de Projetos de Agronegócio | Sebrae RS Santa Maria

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No Brasil, a carne ovina ainda tem produção e consumo tímidos, o que faz com que esse produto tenha grande potencial de crescimento

O Brasil deve exportar 2,39 milhões de toneladas de carne bovina em 2020, de acordo com projeção divulgada no fim de 2019 pelo Rabobank. É um aumento significativo de cerca de 15% ante as 2,08 milhões de toneladas exportadas em 2018 e também ante a estimativa para 2019, de 2,16 milhões de toneladas (mais 10,65%). A carne bovina é um termômetro do apetite do mercado por proteína animal, que tem tendência de crescimento no mundo todo. E é o aumento da renda média mundial que possibilita analisar o consumo e preferência pela proteína da carne, sendo bovina, suína, de frango ou ovina. Dentro desse quadro, a carne ovina, quarta mais consumida no mundo, ainda é pouco demandada pela maioria dos brasileiros, mas possui uma projeção positiva no que se refere ao consumo e às oportunidades de negócio.

O crescimento da exportação de carne está diretamente ligado ao aumento do consumo mundial da proteína. É o que projeta a FAO/OECD, segundo a qual o consumo mundial de carnes de origem animal aumentará em 10,94% até 2027. Os motivos para esse aumento de demanda são basicamente o crescimento da população mundial, seguido pelo avanço da renda per capita. De acordo com a McKinsey, a ingestão calórica diária de produtos de origem animal é 50% a 100% maior em países com renda per capita com mais de US$ 30 mil quando comparado àqueles com renda per capita de US$ 4 mil a US$ 20 mil.

Carne ovina tem potencial

No Brasil, as carnes mais conhecidas e procuradas são as de frango, bovina e suína. A carne ovina ainda tem produção e consumo tímidos, o que faz com que esse produto tenha grande potencial de crescimento. Segundo a Arco (Associação Brasileira de Criadores de Ovinos), o consumo interno da carne ovina é de 400 gramas por habitante ao ano, enquanto que o brasileiro come, em média, 44 kg de carne de frango, 35 kg de carne bovina e 15 kg de suína. E, de acordo com pesquisa realizada recentemente pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), 25 milhões de brasileiros, ou 12% dos consumidores do país, nunca sequer experimentaram a proteína oriunda de ovelhas, carneiros ou cordeiros.

Acompanhando todo o mercado de carne, o segmento da ovinocultura também está aquecido, uma vez que há demanda pela proteína. Os maiores centros de consumo, como a Região Sudeste do país, para ficar em um exemplo, buscam nos produtores do Rio Grande do Sul a carne ovina, mesmo tendo que enfrentar uma logística mais complexa.

Isso significa oportunidade para o produtor, que precisa, inevitavelmente, buscar eficiência para aumentar a produção. Mais do que isso, a ovinocultura também é uma oportunidade para quem está procurando novos negócios nessa cadeia, como nas áreas de distribuição e de varejo.

Projeto inovador para carne ovina

Um bom exemplo da forte demanda pela carne ovina e oportunidades de negócio que ela gera vem de São Paulo, de uma das maiores redes de varejo do Brasil. O Grupo Pão de Açúcar lançou um projeto inovador de estímulo ao consumo da carne de cordeiro e de incentivo aos criadores de ovinos.

Técnicos da rede varejista passaram a visitar as propriedades a fim de otimizar a organização do setor e avançar na adoção de novos sistemas de produção, abate e distribuição. A carne de cordeiro é a recente aposta do Grupo para ampliar o portfólio de carnes nobres oferecidas com exclusividade para seus consumidores.

A carne de cordeiro começou a chegar aos supermercados da rede em abril de 2019 e já foi distribuída para 50 pontos de venda. Até o fim de 2020, todo o Estado de São Paulo será atendido pelas lojas do Grupo. A novidade apresentada e que tem agradado o consumidor é a comercialização em bandejas resfriadas, em contraposição à grande maioria da oferta que se encontra no mercado, que é a carne ovina congelada.

Produtores gaúchos são fornecedores

Cerca de 60 ovinocultores já fornecem para o Grupo Pão de Açúcar. Todos são da Região Sul, principalmente do Rio Grande do Sul, onde a cadeia da ovinocultura está mais profissionalizada, desde a fazenda até o processamento industrial.

Cerca de cem animais jovens são abatidos por dia. O abate, a desossa e o porcionamento são feitos em um confinamento na cidade de Glorinha, próxima a Porto Alegre. Há uma uniformização da carcaça, conforme critérios do Pão de Açúcar, que objetiva também garantir peso ideal no abate, qualidade e sabor ao produto.

Eficiência produtiva

Tendo esse arranjo produtivo como exemplo, chegamos à conclusão de que no mercado como um todo o desafio para 2020 certamente será aumentar a eficiência produtiva de animais. Todavia, sabe-se que não é uma realidade da totalidade dos criadores de ovinos no RS. É por isso que o cenário atual é de mudança de mentalidade na forma de encarar a criação de ovinos.

Os criadores estão saindo do tradicional para ver a ovinocultura como negócio, envolvendo práticas comerciais e de gestão. Esse novo modelo na ovinocultura, e que o Sebrae RS vem trabalhando junto a produtores, principalmente na região de Santa Maria, envolve mudança no manejo com animais, alterações genéticas, maior e melhor seleção de animais e maior produtividade, isto é, produzir maior número de cordeiros por matriz (ovelha).

O Sebrae RS tem ajudado o produtor nesse caminho. E alguns resultados já vêm aparecendo. Normalmente um criador tradicional produz até 80 cordeiros com cem matrizes (ovelhas). Mas em propriedades em que o Sebrae RS vem atuando, há produtores que já conseguem chegar a 140 cordeiros com cem matrizes. Esse é o caminho para atender a todo esse mercado que está esperando. E o mercado interno é importante para impulsionar ainda mais o consumo de cordeiros.

À medida que o consumo global de proteína animal aumentar e, consequentemente, o preço subir, certamente restará ainda mais espaço para a carne ovina ocupar no mercado interno. Para tanto, investimento em gestão, processos e inovações precisará, via de regra, ocorrer na cadeia da ovinocultura para suprir essa demanda.

Os agentes do setor precisarão se ajustar a um novo cenário de demanda, como no caso do Grupo Pão de Açúcar. Relacionar modelagem de cenário com estratégia de mercado é fundamental para os tomadores de decisão em toda a cadeia da ovinocultura.

Assim, vemos que o consumo de carne ovina ainda tem muito a crescer no Brasil e certamente exigirá do produtor maior atenção e profissionalismo. E o Sebrae RS seguirá como parceiro nesse desafio.

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