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Andre Bordignon
Gerência Setorial do Agronegócio
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No início deste ano publicamos o artigo “Bons ventos de 2017 projetam 2018 otimista” sobre a expectativa de uma boa safra. Na época previmos que a colheita seria inferior em quantidade à safra de 2017, mas teria uma qualidade excepcional.
Essa previsão se confirmou muito acima do esperado, e no dia 29 de setembro tivemos a Avaliação Nacional de Vinhos. A Associação Brasileira de Enólogos (ABE) declarou que a safra 2018 está entre as três melhores já registradas no Brasil, dividindo holofotes com as de 2005 e 2012.
A qualidade foi provada e atestada por 120 enólogos, que degustaram às cegas as 344 amostras inscritas por 49 vinícolas. As 16 amostras selecionadas entre as mais representativas foram degustadas por um público de cerca de mil apreciadores durante a 26ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2018.
Em um comunicado, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) reforçou que esta é “uma das melhores safras de uva da década em termos de qualidade”. A entidade contabilizou o ingresso de 663,2 milhões de kg da fruta nas vinícolas gaúchas, 12% menor que o registro anterior. Uvas americanas e híbridas somaram 597.699.541, e Vitis viníferas, 65.540.421.
Ainda segundo dados da entidade, 113 variedades de uva foram colhidas em 129 municípios do Rio Grande do Sul, com processamento realizado em 64 cidades do Estado. A exemplo dos últimos seis anos, a elaboração de suco de uva consumiu 50% da produção.
De acordo com análise de Marcio Ferrari, vice-presidente do Instituto e coordenador da Comissão Interestadual da Uva, a queda na produção já era esperada, devido, principalmente, à supersafra de 2017, a maior da história, quando foram colhidos 753,2 milhões de kg de uva para processamento. “Naturalmente, depois de uma colheita muito grande a parreira fica debilitada, sofrendo uma redução na produção. Também tivemos poucas horas de frio no inverno de 2017, o que fez com ela brotasse menos e, consequentemente, diminuísse o volume”, avalia, no comunicado.
Ele ressalta que a qualidade superior da safra refletiu tanto para quem vende a uva para processamento quanto para os que a comercializam in natura. Nessa avaliação, segundo ele, não é levada em consideração somente a graduação de açúcar (brix), mas a sanidade e a cor da fruta. Esses pontos positivos contribuem para que os rótulos brasileiros continuem se destacando tanto internamente quanto no exterior.
O presidente do Ibravin, Oscar Ló, reforça a qualidade da uva produzida para elaboração de vinhos, espumantes e sucos e considera esta uma safra de referência, principalmente para os vinhos tintos de guarda. ”Nossa expectativa é que reflita positivamente no setor, ajudando a impulsionar as vendas”, avalia.
Saiba mais: www.Ibravin.org.br
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